Waldir Pinto de Carvalho nasceu em 27 de julho de 1923, em Santo Amaro, em Campos dos Goytacazes, e teve o seu primeiro aprendizado com a mãe. Inicialmente, dedicou-se à profissão de alfaiate, começando em na localidade onde nasceu e depois se estabeleceu em Campos, onde fundou a "Alfaiataria Três Irmãos" com seus irmãos e lecionou a arte do corte e costura. Sua vida familiar foi estabelecida com Zeni Pereira de Carvalho, com quem se casou em 1946. O casal teve três filhas: Zedir, Walnize e Zalnir, cujos nomes refletem criativamente a união familiar.

A vocação de Waldir, porém, transcendeu a alfaiataria. Após publicar seu primeiro poema satírico em 1943, encontrou sua verdadeira paixão como rádio novelista, sendo lançado na Rádio Cultura de Campos. Ele se tornou um produtor notável de quadros cômicos e programas variados, mas se destacou especialmente como cronista da história regional. Sua primeira grande novela histórica, "A Epopeia de Patrocínio" (1953), sobre José do Patrocínio, fez grande sucesso, dando início a uma série de trabalhos dedicados a resgatar a memória de Campos e de suas figuras históricas, como Benta Pereira e Nilo Peçanha.

A transição do rádio para o livro culminou em uma vasta obra literária, com o objetivo de educar sobre a história local. A série "Gente que é nome de rua", que se originou de um quadro de rádio, tornou-se sua obra mais conhecida e foi lançada em três volumes, com caráter paradidático. Outros títulos relevantes incluem "O escravo cirurgião" e a trilogia "Campos depois do centenário". Apesar de já ser um autor reconhecido, Waldir manteve seu desejo por conhecimento, concluindo o Ginásio por métodos intensivos e, notavelmente, graduando-se em Direito pela Faculdade de Direito de Campos em 1978.

Waldir Pinto de Carvalho, que faleceu em 2007, recebeu inúmeros prêmios e homenagens ao longo de sua vida, incluindo o Prêmio Alberto Lamego, e foi membro de várias academias literárias. O reconhecimento final de seu legado veio em 2010, quando o Arquivo Público Municipal foi renomeado em sua honra, passando a se chamar Arquivo Waldir Pinto de Carvalho. A instituição hoje dedica-se a preservar a memória do autor, abrigando uma exposição permanente e parte de seu acervo, perpetuando a contribuição do alfaiate que se tornou um grande escritor da história campista.